CCZ faz pesquisa para verificar o mosquito transmissor da Leishmaniose
12/06/2018 - 16:54
Dias 12, 13 e 14 de junho os equipamentos serão instalados em 42 residências do Jardim das Indústrias e nos dias 19, 20 e 21 de junho será a vez de outras 42 imóveis no Jardim Esplanada - Foto: Claudio Vieira/PMSJC
Nei José Sant' Anna
Secretaria de Saúde
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A Prefeitura de São José dos Campos, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), inicia nesta terça-feira (12) uma pesquisa entomológica para verificar a presença do mosquito transmissor da Leishmaniose Visceral. O trabalho será realizado no período da noite, em dois bairros da cidade, Jardim das Indústrias e Jardim Esplanada.
A pesquisa ocorrerá por meio de “armadilhas”, que serão instaladas em 84 imóveis, escolhidos aleatoriamente. Dias 12, 13 e 14 de junho os equipamentos serão instalados em 42 residências do Jardim das Indústrias e nos dias 19, 20 e 21 de junho será a vez de outras 42 imóveis no Jardim Esplanada.
Em São José dos Campos, eventualmente surgem animais com suspeita ou confirmação laboratorial da doença, situações sempre notificadas por clínicas veterinárias ao CCZ. Em maio, houve a confirmação de dois casos em cães, animais que contraíram a doença fora do município. Em humanos, o último caso registrado em São José ocorreu em 2015: um paciente que contraiu a doença no Estado do Piauí.
Na área urbana, o cão é a principal fonte de infecção. A doença canina tem precedido a ocorrência de casos humanos e a infecção em cães tem sido mais prevalente do que no homem.
O papel da Prefeitura é realizar uma investigação dos casos, levantando o maior número de informações sobre a procedência do animal, seus deslocamentos para áreas endêmicas e locais em que vive no município. Nesses locais, a equipe do CCZ necessita realizar a pesquisa para verificar a presença do flebótomo (vetor) nas imediações.
Nas proximidades da casa onde o animal permaneceu, instalam-se armadilhas que precisam ser ligadas à noite, já que o mosquito possui hábitos noturnos e vive em ambientes ricos em matéria orgânica (vegetação e certa umidade), recolhem-se os insetos capturados e identificam-se as espécies.
Depois de 12h, a armadilha é recolhida e o material encaminhado para análise junto a um laboratório credenciado pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias). O resultado sai por volta de 30 dias.
Este trabalho faz parte do Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana do Estado de São Paulo.
A doença
A Leishmaniose Visceral é uma zoonose transmitida por um inseto, vulgarmente chamado de mosquito palha, birigui, cangalha e tecnicamente conhecido como flebotomíneos, sendo o gênero Lutzomia o responsável pela transmissão do protozoário Leishmania chagasi.
Em várias regiões do Estado de São Paulo e em muitas partes do Brasil (norte e nordeste principalmente, além de Minas Gerais, no sudeste) a doença é considerada endêmica, afetando cães e seres humanos.
A doença tem caráter crônico, de difícil tratamento, podendo levar cão e homem à morte ou deixar graves sequelas. Por muito tempo a única saída para o cão era a eutanásia. No entanto, de uns tempos para cá isso tem sido bastante discutido com a chegada de uma vacina para animais e de algumas opções de tratamento para cães.
Em seres humanos, o diagnóstico também não é tão simples e o tratamento utiliza de medicamentos controlados pelos órgãos públicos. No Estado de São Paulo o maior número de casos concentra-se na região noroeste do Estado, sendo que a eutanásia de animais é utilizada por muitos municípios como forma de controle.
Por ser uma doença de notificação compulsória e com características clínicas de evolução grave, o diagnóstico deve ser feito de forma precisa e o mais precocemente possível.
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