LEISHMANIOSE MATA!

CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO E PREVENÇÃO DA LEISHMANIOSE.

domingo, 28 de setembro de 2014

Depois que um homem, de 72 anos, foi diagnosticado com Leishmaniose, a Vigilância Sanitária monitora a região, próxima a residência da vítima, no Bairro da Várzea. Na manhã desta sexta-feira (26) a equipe realizou uma vistoria em algumas casas e pátios.  
A aplicação de um inseticida no quarteirão, onde o idoso reside, e armadilhas para capturar o mosquito transmissor, serão necessárias a fim de evitar a proliferação do vírus – afirma a Diretora de Vigilância Sanitária de São Borja, Janaína Leivas.

Uma reunião marcada para a próxima segunda-feira (29) com representantes da 12º Coordenadoria Regional de Saúde de Santo Ângelo vai definir como serão realizados os trabalhos.
O idoso foi diagnosticado com a doença, na última terça-feira (23) depois do resultado de um exame de sangue. O medicamento já foi solicitado e deve chegar na próxima semana.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Comissão aprova Política Nacional de Vacinação contra a Leishmaniose

Vacina Leish-TEC, da Hertape Calier, é a única registrada no MAPA, recomendada pelo Ministério da Saúde como proteção individual para cães contra a Leishmaniose Visceral
A Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), da Câmara dos Deputados, aprovou no final de março parecer favorável à Política Nacional de Vacinação contra a Leishmaniose animal. O Projeto de Lei n1.738, proposto em julho de 2011 e que agora aguarda parecer de mais três comissões, demonstra a importância que o tema conquistou no debate público nacional.
A medida representa um grande incentivo ao esforço de pesquisa e desenvolvimento para oferecer à saúde pública do Brasil, a Leish-TEC, uma vacina apta a previnir e controlar essa grave doença. A vacina teve seu registro aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, Brasília/DF), ainda em 2007. Após um longo período de testes, deu-se a comprovação de sua eficácia em janeiro de 2013, por meio da aprovação conjunta com o Ministério da Saúde (, que passou a recomendar a Leish-TEC como medida de proteção individual para cães contra Leishmaniose Visceral.
A vacina Leish-TEC é resultado de um premiado estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com o título de “Vacina recombinante contra a Leishmaniose Visceral”, foi vencedor do prêmio Bom Exemplo de Ciência, concedido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, a Fundação Dom Cabral, o Jornal O Tempo e a TV Globo Minas.
O estudo, que concorreu com outros 100 projetos, também obteve reconhecimento do prêmio Péter Murányi 2014 de Saúde. O prêmio internacional, que pela primeira vez desde 2002 agraciou um produto veterinário, é direcionado a pessoas ou organizações, de qualquer parte do mundo, que tenham se destacado na promoção do bem estar de populações situadas abaixo do paralelo 20 de latitude norte, especialmente o Brasil, seja no tocante à saúde, alimentação, educação e desenvolvimento científico e tecnológico.
A doença. A leishmaniose visceral é considerada uma das principais zoonoses emergentes no Brasil, gerando enorme impacto na saúde pública e comoção social pela morte de muitos cães infectados. Causada pelo protozoário Leishmania chagasi, o cachorro é o principal reservatório urbano capaz de infectar o vetor (inseto) transmissor da doença. Devido ao convívio com o animal doméstico, o ser humano torna-se vulnerável à infecção transmitida pela picada do flebotomíneo Lutzomya longipalpis, popularmente conhecido como mosquito-palha ou birigui. 
Os sintomas apresentados pelo animal infectado podem variar de dermatite a úlceras nas orelhas e focinho, lesões oculares, emagrecimento, fadiga, febre, anemia, entre outras. Já no ser humano, os principais sintomas são febre intermitente, com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.
Embora seja curável no ser humano, a leishmaniose visceral causa a morte de até 10% das pessoas infectadas e milhares de cães todos os anos. Por esse motivo, a vacinação do animal é muito importante para prevenção e controle da doença em animais e humanos.  
O caminho até a aprovação. A vacina Leish-TEC é produzida a partir da mais alta tecnologia recombinante, o que a torna um produto seguro para o animal, o proprietário e o veterinário. É, também, altamente imunogênica, pela capacidade de  resposta observada nos animais que receberam o produto. Mas se o diagnóstico já é difícil, pois os sintomas da Leishmaniose visceral são semelhantes a outras doenças, o controle e tratamento, tanto para animais quanto para humanos, também não são tarefas fáceis.
Na última década, diante do forte debate gerado entre especialistas sobre como tratar a questão, o MAPA e o Ministério da Saúde publicaram, em julho de 2007, a Instrução Normativa Interministerial Número 31, que aprovou o Regulamento Técnico para Pesquisa, Desenvolvimento, Avaliação, Registro e Renovação de Licenças, Comercialização e Uso de Vacina Contra Leishmaniose Visceral Canina.
A norma detalha três fases pelas quais uma vacina em desenvolvimento deve ser submetida antes de ser aprovada para uso, além de uma quarta fase para controle posterior. A Leish, registrada pelo o Laboratório Hertape Calier Saúde Animal (Juatuba/MG) passou por todas as etapas.
As Fase I e II dos estudos da vacina Leish-TEC demonstraram a ausência de reações adversas relevantes em animais sadios. Na Fase III foram feitos ensaios clínicos para avaliar a eficácia da vacina em previnir a infecção de cães em áreas de risco, também chamadas de áreas endêmicas. Nessa etapa, as estastísticas mostraram que mais de 96% dos animais vacinados foram protegidos contra a infecção.
Na última etapa, a Fase IV, foram feitos estudos de vigilância e pesquisa, após o registro do produto, para monitorar a possível ocorrência de efeitos adversos. Neste caso, foram registrados em apenas 0,04% do total de vacinas comercializadas no período, demonstrando a eficácia do produto.
A vacina Leish-TEC tornou-se, assim, a única no Brasil a cumprir a determinação da Instrução Normativa e ter o Estudo de Fase III aprovado pelas duas Instituições de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral no Brasil.
Fonte: AI, adaptado pela equipe cães&gatos.
- See more at: http://www.caesegatos.com.br/comissao-aprova-politica-nacional-de-vacinacao-contra-a-leishmaniose/#sthash.A01Ry9bD.dpuf

sexta-feira, 28 de março de 2014

Leishmaniose

Saiba mais sobre essa zoonose polêmica no Brasil e como proteger você e sua família
Leishmaniose
A leishmaniose é uma infecção causada por um protozoário chamado Leishmania spp. que pode causar a leishmaniose visceral pelo L. chagasi e a tegumentar pelo L. braziliensis no Brasil. Esses agentes vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos.
A leishmaniose visceral é uma antopozoonose ou seja, é transmissível ao homem e a outros animais. É considerada a sexta pandemia mais importante do mundo onde 12 milhões de pessoas em média já foram atingidas. Na América Latina, 12 países são atingidos, mas 90% dos casos são no Brasil. Em São Paulo, houve a primeira descrição em 1998 em Araçatuba, em 2007 foram registrados 79 municípios com o vetor, 57 municípios com transmissão canina, 48 municípios com casos humanos e 8,5% de letalidade. Acredita-se que a doença chegou às áreas urbanas e periurbanas devido ao desmatamento do meio rural, falta de controle do vetor e falta de saneamento básico em várias regiões.

Transmissão e Ciclo

FlebótomoPode ser transmitida através da picada do mosquito palha, por transfusão de sangue contaminado, transplacentária e pelo contato direto com sangue e secreções. Atualmente há estudos sobre a possível transmissão por carrapatos.
O vetor é a fêmea do mosquito Phlebotomus conhecido como mosquito palha ou birigui. O habitat natural do mosquito são as matas, ambiente rural, em galinheiros, canis, paióis, praças, jardins e centros urbanos. As larvas ficam em ambientes úmidos, ricos em matéria orgânica e com baixa luminosidade como o solo e nos lixões. A atividade do mosquito é maior durante o entardecer e à noite, ele voa em pequenos saltos e pousa com as asas entreabertas.
ciclo
Existem dois tipos de hospedeiros da doença o primário e secundário. No primário acontece a reprodução do parasita e o parasita pode persistir indefinidamente neste hospedeiro, nesse caso exemplos são o homem, roedores, gambás, tamanduás, tatus, raposas, primatas, preguiças, cão, cavalo, muar, vacas e cabras. O secundário pode transmitir a infecção também, mas não mantém a infecção se não conviver com um hospedeiro primário, nesse caso o gato é um exemplo de hospedeiro secundário.

Sintomas

úlceras nas orelhasO período de incubação varia muito, é de 10 a 24 meses no homem e de 3 meses a anos no cão, por isso 50% dos animais infectados são assintomáticos, o que torna o controle mais difícil.
Na fase de multiplicação dos parasitas os sintomas gerais em cães são febre, aumento de linfonodos, aumento de fígado, aumento do baço, insuficiência renal, poliartrite, anemia, grande perda de peso, atrofia muscular e sangramento pelos orifícios naturais.
Os sintomas dermatológicos são queda de pêlo, descamação, nódulos e úlceras na pele e crescimento excessivo das unhas. O focinho e dígitos podem ficar com a pele grossa e pode ter alopecia ao redor dos olhos. Em ponte nasal observa-se despigmentação, ulceração e erosão. Pode haver infecções bacterianas secundárias.
onicogrifoseAs manifestações cutâneas na leishmaniose visceral canina podem estar presentes entre 50 a 90% dos cães infectados, os achados dermatológicos podem ocorrer sem outros sinais aparentes da doença, mas qualquer cão com manifestações cutâneas da leishmaniose é considerado como portador de envolvimento visceral uma vez que os parasitas se disseminam por todo o organismo antes que haja desenvolvimento das lesões cutâneas.
Em humanos a doença é mais comum manifestar em crianças desnutridas e pessoas imunossuprimidas e manifesta-se através de úlceras cutâneas crônicas no ponto da picada na leishmaniose cutânea, na leishmaniose muco-cutânea atinge a mucosa do trato respiratório superior, tecidos moles e cartilagem naso-faríngea e na leishmaniose visceral atinge baço, fígado, linfonodos e pele podendo ser letal se não tratada rapidamente.

Diagnóstico

lesões descamativas em faceOs sinais sistêmicos e cutâneos não são específicos da doença, por isso não se pode dar um diagnóstico clínico.
Não há uma técnica 100% sensível e específica para diagnosticar a doença já que alguns testes variam com o grau de parasitismo. Quanto maior a sensibilidades dos testes são diagnosticado mais precisamente os animais doentes e quanto mais específicos excluirá corretamente os animais não doentes.
Deverão ser feito vários testes, como hemograma, métodos parasitológicos, sorológicos e moleculares.
 Os testes parasitológicos por punção tem alta especificidade, pois se achar o parasita, o animal testado é com certeza doente ou hospedeiro, mas os negativos podem ser doentes, pois poderá não achar o parasita no teste. O teste parasitológico por imunofluorescência direta ou imunohistoquímica tem especificidade e sensibilidade elevada, porém algumas drogas podem diminuir a carga parasitária e o teste é mais caro.
nódulos em ponte nasalO teste mais usado é o sorológico que pesquisa anticorpos contra os parasitas no animal, mesmo que a soroconversão pode levar de 1 a 22 meses e alguns cães nunca a fazem. Esse teste pode ter falsos positivos se tiver reação cruzada com outras doenças e anticorpos maternos em animais jovens e falsos negativos em animais assintomáticos em período pré-patente. Os testes sorológicos não diferenciam a leishmaniose tegumentar da visceral (e no Brasil não é indicada a eutanásia de cães com leishmaniose tegumentar). O ideal é quando der positivo o teste sorológico por ELISA fazer um teste de imunofluorescência indireta para confirmar. Por essas desvantagens citadas um teste sorológico somente não deve ser encarado como diagnóstico.

Tratamento

O tratamento da leishmaniose canina é um dos grandes assuntos polêmicos que rondam a doença no Brasil já que o tratamento com medicamentos humanos é proibido, pois se alega que há risco de resistência do parasita às medicações disponíveis para tratamento ao homem, os fármacos disponíveis não garantem a redução do risco de transmissão do parasita ao mosquito e não há medicamentos veterinários comercializados no Brasil para tratamento da leishmaniose.
Cães infectados e soro positivos ainda são eutanasiados em massa como forma de prevenção, mesmo que esse método não apresentou eficaz controle sobre o vetor, nem diminuiu os casos nas regiões endêmicas. Além de que, a sorologia usada nos testes pelo ministério da saúde não é confiável e o Brasil é o único país do mundo que indica a eutanásia exclusivamente em cães infectados.
Recentemente foi movida uma ação civil pública por uma organização protetora de animais no Mato Grosso do Sul, em que a mesma conseguiu autorização para o tratamento de cães com leishmaniose. E outro caso foi autorizado à importação de medicação veterinária para tratamento da leishmaniose.
Os animais tratados devem ser mantidos sobre rígidos controles para não ter contato com o vetor.

Controle

vacinaçãoA medida mais eficaz para diminuir a incidência da doença seria com certeza a do controle do vetor.  Em cães podem-se usar repelentes dos insetos que se encontram no mercado em forma de colar e pipetas. Hoje há vacinas no mercado que devem ser aplicadas em todos os animais principalmente nas regiões endêmicas. No ambiente algumas medidas podem ser tomadas como o uso de inseticidas ambientais, plantas repelentes podem ser plantadas (citronela e azadiractina), deve-se manter os cães dentro de casa ou canis telados principalmente nos horários de atividade do mosquito. Evitar a criação de animais que atraem o mosquito como porcos, galinhas e aves.
 Como a urbanização da doença é um fenômeno recente, são escassas as informações sobre a epidemiologia e as relações entre os componentes da cadeia de transmissão nesse novo cenário. Porém, sabe-se que medidas voltadas ao meio ambiente e ao peridomicílio com o objetivo de diminuir a densidade populacional de vetores, retirar possíveis fontes de alimento ou de criadouros destes, bem como controlar a invasão das áreas urbanas por animais silvestres em busca de alimentos, podem ser adotadas pela comunidade, diminuindo o elo existente entre os ciclos urbanos e silvestres.
Patrícia Maíra Paulino M.V. Patrícia Maíra Paulino • CRMV-SP 27889
Médica Veterinária • Pós-Graduada em Dermatologia Veterinária

Atualmente atende exclusivamente Dermatologia de pequenos animais em hospitais e clínicas veterinárias.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014